domingo, maio 07, 2006

Uma veia, um poema!


São duas da manhã, sinto-me frágil com o alcool e estou com uma veia saliente, talvez seja a poética!

Sinto-me culpado com a minha figura, mas por vezes, sinto falta deste estado de espirito evasivo que me ocupa a alma.

Estou liberto e escrevo ao som de uma musica que gosto particularmente - "Balada de um estranho".

Interrogo por que é que eu sou assim? O meu caminho está vedado, procuro um buraco para fugir, mas... Há qualquer coisa que não bate certo, qualquer coisa que me impede de me ver ao espelho nú!

Paro para pensar, refresco a cabeça, e de repente sinto-me a fazer figura de urso. No entanto o meu sangue escorre cada vez mais rápido nas minha veias e deixa-me a divagar.

Imagino a liberdade à minha frente, vejo uma luz ao fundo do tunel... é uma luz forte como uma estrela! e quando corro em direcção a ela, sinto que o caminho está cada vez mais longe, no entanto cansado de percorrer tanta liberdade sinto falta do que ficou para trás, quero voltar mas...penso: "O que ando a fazer?".

Está dificil, mas será a vida assim tão dificil? Fui traido pela missão que me deram e traí a vida que me ofereceram, quero levar o corpo e a dor, mas tenho de ir ter com ela!

No entanto a vida continua, as sensações permanecem. Quero fugir não sei para onde. Quem me acolhe? Penso em mil refugios mas nenhum me acolherá.

Quero pegar no relógio do tempo e voltar atrás... quero escolher o meu caminho, a minha trajectória, o meu mapa! No entanto, há uma força maior que nos guia e aí sinto-me atado.

Ai!...vida... serás sempre assim?

Oferecem-me o sol todos os dias e aí volto a meditar... O que andamos cá a fazer? Enriquecer para nos tornar-mos uns materialistas e despesistas? Não! Não sou quem desejas, sou um mero pesadelo deste Mundo escurecido pela doença dos objectivos.

Os horóscopos e os signos que nos guiam são uma farça da sociedade doentia que se diz democratizada.

Ao silêncio obdeço, respeito e choro, mas não me sei libertar do mal!

São as minhas palavras de revolta perante tanta solidão, mas concluo que afinal nós também temos mão na vida...

5 Comentários:

Às segunda-feira, maio 08, 2006 12:51:00 da tarde , Blogger Gabriel disse...

Amorim...gostei muito de "ler-te".

Gosto da tua capacidade de sentir essa veia poética e de deixar os outros sem palavras para comentar as tuas.

Podes queixar-te de tudo isso mas... mas aparentas saber apreciar a vida, saborear o momento. Por isso aposto que muitas vezes colocas o olhar no horizonte e pensas "a vida é tão bela..."

Vou agora ter contigo e o resto da malta para irmos almoçar... e talvez ao final do dia, depois da jantarada em homenagem ao aniversário do Pedro, escute um pouco a minha "veia poética" para a partilhar com a tua. :)

Um grande abraço axicoriado

 
Às segunda-feira, maio 08, 2006 2:18:00 da tarde , Blogger *Nádia Alexandra* disse...

Bem...tb gostei de "te" ler...e o texto tá lindo!o alcoól até "puxa" pa veia poética...será que devemos abdicar do copinho de água?!:)Brinco!Parece-me a mim que por detrás do texto(e tu di-lo explicitámente)está um sentimento de solidão bem forte...mas como podes sentir-te só com amigos como o gab e dias de sol como estes?;)ok...é cm eu vejo as coisas hoje que o dia até me corre bem, mas existem dias em q penso cm tu...(a minha veia poética até com sumo anda por cá!;p).E olha...o paradoxo é q nem sempre temos mão na vida...ela é tem sempre mão em nós!era bom que fosse ao contrário...:*bjinho*

 
Às segunda-feira, maio 08, 2006 6:42:00 da tarde , Blogger Gabriel disse...

Pois a parte que mais gostei foi essa que discordas Nádia..."mas concluo que afinal nós também temos mão na vida... "
Acho que podemos sempre fazer qualquer coisa. A ideia que deixas Amorim, é óptima!

 
Às terça-feira, maio 09, 2006 11:14:00 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

"uma veia,muita droga"... nesse corpo.

 
Às quarta-feira, maio 10, 2006 3:15:00 da tarde , Blogger *Nádia Alexandra* disse...

Eu discordei da frase Gab...mas tb é das que mais gosto do texto!:)apenas acho que "nem sempre" temos mão na vida porque ela tem mais vezes mão em nós...

 

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